quarta-feira, 12 de junho de 2013

Depressão na gravidez

Você pegou o resultado positivo no teste de gravidez e já contou a boa nova para todo mundo. A partir daí, a cada novo telefonema, você ouve: "Parabéns! Você deve estar superfeliz!". Claro, você está feliz de ter ficado grávida, mas, mesmo assim, não se vê tão nas nuvens quanto seria de esperar. E, para falar a verdade, às vezes se sente até bem triste, o que piora a situação, pois gera culpa e, consequentemente, deixa você mais deprimida. Você acha que é a única a se sentir assim? Não é mesmo, de jeito nenhum. Muitas mulheres preferem esconder a tristeza na gravidez para não passar uma má impressão aos outros.
                            
                        Sintomas de depressão

Para algumas mulheres, a gravidez não é necessariamente uma época feliz -- cerca de 10 por cento delas têm crises de depressão nessa fase.
Socialmente, podemos até tentar mascarar sentimentos negativos, por acreditar que a gestação deveria ser só um período de alegrias, ou por imaginar que a tristeza não passa de mais uma daquelas famosas variações de humor que geralmente afetam as grávidas. Mas depressão clínica pode ser um problema sério e deve ser tratado.
A depressão pode afetar você tanto no aspecto emocional quanto no físico, além de alterar a forma como você se comporta.

Veja alguns sintomas que costumam caracterizar a depressão:
• estado depressivo frequente
• incapacidade de manter a concentração
• ansiedade
• irritabilidade
• distúrbios do sono (insônia ou sono constante)
fadiga
• excesso ou falta de apetite
• sensação de que nada é gostoso ou vale a pena na vida

Se você estiver se sentindo assim, vale a pena conversar com o obstetra nas consultas de rotina. Ele deve descartar a possibilidade de você estar com hipotireoidismo, uma disfunção da tiróide que pode ter sintomas semelhantes aos da depressão.
                         Quais as causas da depressão?

Antigamente acreditava-se que os hormônios da gravidez serviam como uma espécie de "proteção" contra a depressão, já que muitas mulheres têm uma sensação de bem-estar emocional nessa fase. O que se sabe hoje, porém, é que as mudanças e o estresse da gestação, além da carga de cuidar de outros filhos em muitos casos, podem tornar as mulheres especialmente vulneráveis a esse problema psicológico.

Se sua vida já estava sobrecarregada e não exatamente perfeita antes mesmo da gravidez, você fica ainda mais suscetível a uma depressão ao engravidar. Uma das causas de depressão durante a gravidez, por exemplo, está ligada a dificuldades nos relacionamentos amorosos (ou à falta de um).

Outras causas mais comuns são:

Histórico familiar ou pessoal de depressão

Se você tiver histórico familiar de depressão ou se já teve crises depressivas no passado, é possível que seja mais propensa à depressão. Esse histórico, no entanto, coloca você mais em risco de depressão pós-parto que de depressão durante a gestação em si.

Circunstâncias de vida estressantes

Você vai se mudar por causa da chegada do bebê? Está tendo problemas no trabalho? Não sabe como acomodará o recém-nascido? O dinheiro está curto? Você perdeu alguém da família há pouco tempo? Qualquer grande mudança de vida pode causar depressão.

Problemas com a gravidez

Uma gestação complicada ou de alto risco tende a ter também uma consequência emocional. E, se você não estava planejando engravidar neste momento da sua vida, isso certamente afeta o modo como você se sente.

• Complicações em uma gestação anterior

Experiências anteriores de gravidez e parto certamente influenciam a maneira como você encara a gestação atual. Pesquisas mostram que complicações anteriores estão associadas à depressão pré-natal da gravidez seguinte.

Problemas de fertilidade ou perda do bebê em uma gestação anterior

Se engravidar foi um enorme sacrifício ou se você já teve um aborto espontâneo no passado, é possível que desta vez esteja se preocupando com a segurança da gestação.

Violência (no passado ou no presente)

Por incrível que pareça, a gravidez pode deflagrar a violência doméstica ou até agravá-la. Além disso, ela pode trazer à tona dolorosas lembranças de violência emocional, verbal, física ou sexual que a mulher tenha sofrido. O corpo está mudando a um ritmo totalmente fora do controle da mulher, algo que pode desenterrar problemas esquecidos lá no fundo da alma. É importante que você converse com seu médico sobre isso, para que possa receber orientações, recomendações e, principalmente, ajuda especializada.
Como lidar com a depressão

Procure se dar um tempo.

Resista ao impulso de fazer o maior número de coisas antes do nascimento do bebê. Você pode achar absolutamente imprescindível terminar o quartinho, arrumar a casa ou trabalhar muitas horas extras antes da licença-maternidade, mas saiba que não é. Coloque-se no topo de sua lista de prioridades. Lembre-se de que depois, com um bebê em casa, o tempo para você mesma será menor. Saia bastante, encontre suas amigas, viaje, vá ao cinema, coma fora ou fique à toa em casa. Cuidar de você é uma parte essencial dos cuidados com o bebê lá dentro do útero.

Faça algum tipo de atividade física.

Embora não seja a hora de iniciar um intenso programa de exercícios, a atividade física pode ajudar a melhor seu humor, e é uma forma reconhecida de tratar depressões moderadas. Natação, hidroginástica e caminhadas são exercícios seguros para a gestação. Informe-se sobre os tipos de exercícios recomendados para durante toda a gravidez e tente praticá-los três vezes por semana.

Desabafe.

Mantenha a comunicação entre você e seu parceiro aberta e sincera. Você precisa do apoio dele. Se não tiver um companheiro, procure amigos e familiares em quem possa confiar e com quem possa se abrir.

Considere a possibilidade de fazer terapia.

Peça recomendação ao médico ou a amigos e conhecidos para encontrar alguém com quem se sinta à vontade. Se o estado depressivo já dura algum tempo, pode ser que você tenha que tomar algum remédio específico e seguro para grávidas.
Quando se preocupar

Caso você tenha pensamentos suicidas, ataques de pânico ou esteja incapacitada de lidar com as responsabilidades diárias, procure seu médico imediatamente. Lembre-se de que o desenvolvimento fetal poderá ser afetado se você não estiver conseguindo cuidar de você mesma e se alimentar adequadamente.

Não é sinal de fraqueza buscar ajuda de um terapeuta ou psiquiatra. A atitude só mostra que você é uma mãe cuidadosa, disposta a tomar todas as decisões necessárias para manter sua própria saúde e a do bebê em dia.
                      O que vai acontecer uma vez que o bebê nasça?

Pesquisadores acreditam que há ligação entre a depressão durante a gravidez e a depressão pós-parto, o que não significa que se você teve uma necessariamente terá a outra.

O importante é contar com uma boa rede de apoio durante a gravidez -- constituída de amigos, família, seu parceiro, seu médico ou um terapeuta --, assim, se você vier a precisar depois do parto, ela estará pronta para auxiliá-la.


Fonte: Baby Center

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